quinta-feira, 17 de junho de 2010

Papelada


Bem, ontem entrei de férias e aproveitei para limpar e organizar todos os papéis e “porcaria” (sim, não há outra palavra que descreva todos os papeis e documentos que se foram acumulando na minha secretária, no armário, debaixo do suporte da televisão, etc etc …). Quando olhei para o relógio batiam as três primeiras badaladas da manhã. E hoje acordei as 9h da manhã com aquela alegria e serenidade do 1º dia de férias. Ahh que bom! Mas hoje para mudar o meu bom humor recebi a nota de uma cadeira de ‘#frgh?**#’ cujas aulas foram as mais secantes possíveis, e a matéria é tão fácil. Mesmo assim fartei-me de estudar… estudar, estudar! Não há nada mais frustrante do que saber que nos esforçámos e que demos tudo por tudo para as frequências e depois receber um 12… ‘Okay’, é positiva, mas para quem trabalha tanto, dias sem dormir, fins-de-semana a arranjar desculpas para não ir ao Algarve só para não cair na tentação de deixar de estudar e neurónios vandalizados pelos livros… arghh!
‘Bola prá frente’ resta-me pensar que o trabalho árduo traz os seus frutos, e se não for agora será no futuro!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Olhos de mel


Olhei de soslaio, era ele quem estava a abrir a porta. Foi entrando de rompante [cumprimentei-o] e com a mesma rapidez tentei fugir daquele espaço. Mas o seu olhar perseguiu-me e deixamos escapar breves falas embaraçadas pelo momento. Arranjei forma de escapar, mas desta vez com algum sucesso pois sentámo-nos num local onde o silêncio era a mais profunda e doce obrigação do dia.

Horas se passaram enquanto, entre falas mudas, sentados, sentia a sua respiração grave que, com breves milésimos de segundo atrasados, alcançavam os meus ouvidos e faziam tremer o meu juízo. Bem… não sei se é o caso tratar-se de um sentimento carnal, mas a ideia de ter alguém interessado em mim, com uma década [e picos] a mais do que eu, obriga a um sorriso na minha cara, e deixa a vontade de [mesmo não me atraindo física ou psicologicamente] o voltar a ver.

Enquanto estava sentada sentia-me segura. Não era ‘forçada’ a desenvolver frases feitas para cortar o constrangimento. Porém, enquanto me orgulhava desta situação, senti-o tocar no meu ombro e perguntar se podia conversar comigo num lugar mais calmo. Levantei-me e segui-o.

Olhou nos meus olhos e confessou que desde a primeira vez que me tinha visto, não conseguia esquecer os meus olhos [olhos de mel, como um dia referiu]. Deu-me um beijo na cara e eu, sem saber o que dizer ou fazer, limitei-me a ficar apática. Ele, notando o meu constrangimento, deu-me outro [ainda mais intenso] e voltamos para o local onde estávamos anteriormente sentados.

Assim, lá estava eu… naquele espaço enfeitiçado pelas mais belas sensações que me traziam à alma o cheiro do bem e o calor da serenidade… mas espero que tenha sido apenas um momento único, um momento que seja levado pela brisa quente do verão e aí permaneça, sobrevoando o oceano e as ondas do mar...